Imaginem o seguinte cenário:
Sai de casa de manhã para o trabalho. Atrasada e mal disposta porque está cheia de sono e não teve tempo de acabar o trabalho que o chefe lhe tinha pedido para levar hoje.
Entra na sala – um open space onde outros colegas estão já sentados. Dá-se conta que estão todos à espera que chegue o chefe pois tem uma coisa importante para dizer.
Arruma as suas coisas, e faz algum barulho. Como os outros colegas também estão a fazer o mesmo, até disfarça.
Nesse momento o chefe entra e o barulho para de imediato.
O chefe diz: “abram o dossier que têm em cima da vossa mesa na página 25. Cada um vai ler e analisar o documento e no final quero que respondam a algumas questões”
Imediatamente pensa “Boa! Já me safei! O chefe não se lembrou do trabalho que fiquei de lhe entregar hoje!”
Começa a ler o texto. A certa altura encontra 2 ou 3 palavras cujo sentido não entende muito bem e dá-se conta que isso a impede de compreender completamente aquela ideia.
Levanta a mão para perguntar ao chefe e ele responde “perguntas só no final porque os colegas ainda estão a ler”
Discretamente, tenta perguntar à Carla (com quem vai almoçar algumas vezes e que até considera amiga). O chefe vê e adverte: “Silêncio, por favor!!!”
Resigna-se. Volta a ler para tentar compreender melhor, mas sem êxito! Se pudesse ao menos usar o Google!
Chega o tempo das perguntas.
Primeira pergunta – fácil! Levanta a sua mão, mas o chefe escolhe outra pessoa.
Segunda pergunta – ainda mais fácil! Desta vez também outra pessoa foi escolhida para responder!
E bem! Que repostas espetaculares, afinal se calhar não teria sido assim tão fácil!
Terceira pergunta – oooppps!! É precisamente sobre aquela parte que não compreendeu! Desta vez, tenta disfarçar e claro que não põe a mão no ar! De repente ouve a voz do chefe! “Inês, responda por favor!!!”
Gagueja, hesita, e responde como pode, ou seja ERRADO!
Bloqueia completamente, mas ainda ouve o chefe dizer: “se tivesse estado com mais atenção e vez de se distrair com a amiguinha, talvez soubesse responder”!
Fica frustradíssima! Decide que odeia o chefe, odeia o seu trabalho. Decide também que vai finalmente procurar outro trabalho!
Ora bem! Qualquer semelhança deste cenário com a realidade é pura ... fantasia.
No entanto, de alguma forma soa-nos a algo familiar ...
Se queremos contextos de trabalho diferentes temos mesmo que ter contextos de escola diferentes!
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